Bienal da Arte de São Paulo
1951 a 1965
A Bienal de São Paulo (ou ainda Bienal Internacional de Arte de São Paulo) é uma exposição de artes que acontece de dois em dois anos como já diz o nome em São Paulo, desde 1951. O evento é constantemente responsável por projetar as obras de artistas internacionais desconhecidos e por refletir as tendências mais marcantes no cenário artístico global. O prédio da Bienal foi projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.
O pavolhão da Bienal foi projetado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemayer |
A 1ª Bienal Internacional de São Paulo foi inaugurada no dia 20 de outubro de 1951, na Avenida Paulista. A mostra contou com 1854 obras, representando 23 países. A iniciativa partiu do mentor Francisco Matarazzo Sobrinho e colocou o Brasil no circuito internacional de arte. A bienal causou grande impacto no desenvolvimento da arte concreta brasileira. Apesar da boa repercussão que causou a primeira Bienal, as obras que vieram para o Brasil sofreram diversas críticas. O importante crítico Mario Pedrosa afirma que, “os sub-Picassos e os sub-Matisses de todo o mundo significam o passado, portanto estão distantes da sensibilidade de hoje".
A 2ª Bienal de São Paulo inaugurou em dezembro de 1953 e se estendeu até fevereiro de 1954 para integrar com as festas de 400 anos da cidade. Ficou conhecida como a “Bienal da Guernica” e foi considerada a bienal mais importante da década. A exposição teve grande proporções e representou 33 países com 3374 obras. O grande destaque da segunda Bienal foi Pablo Picasso. Picasso teve uma sala com 51 telas de todas as suas fases. A bienal ficou conhecida como “Bienal Guernica” devido à obra mais importante do artista exibida na bienal.
'Guernica', de Pablo Picasso, foi o grande destaque da 2ª Bienal |
A terceira edição da Bienal não teve o mesmo impacto da segunda. Os convidados de honra foram Lasar Segall e Candido Pontinari. Lasar Segall teve uma sala com 18 pinturas e 13 esculturas. Enquanto Portinari mostrou estudos sobre paineis que preparava sobre Guerra e Paz para o governo brasileiro ocupar a sede da ONU em Nova York.
Em 1957 aconteceu a quarta edição da Bienal de Arte de São Paulo. Definitivamente instalada no pavilhão especialmente construído para o evento, essa edição foi extremamente polêmica. E coube a Ciccillo Matarazzo, com palavras cheias de ironia, ouvir, pacientemente, todas as queixas e contornar a confusão. Além do tumulto, o grande destaque da 4ª Bienal foi a mostra do pintor Jackson Pollock, referência no expressionismo abstrato norte-americano. Foram apresentadas 34 telas e 29 desenhos, que representam quase todo o período produtivo do pintor.
Jackson Pollock e seu expressionismo abstrato marcaram a quarta edição da Bienal |
A 5ª Bienal realizada 1959 é grande sucesso de público e traz como novidade, a "ofensiva tachista e informal". Nessa edição é inaugurada uma área para teatro, que passa a dividir o espaço, com as mostras de filmes, com as artes plásticas e a arquitetura.
Na 6ª edição em 1961, ocorreu a ampliação da participação de artistas nacionais e a maior representação de obras com caráter histórico.
A Bienal de São Paulo realizou a sua sétima edição completamente desvinculada do Museu de Arte Moderna - MAM. Desde a primeira Bienal, os críticos acusavam Ciccillo de querer um evento com mais bandeiras que a Bienal de Veneza. E esse ano representou o auge. Com mais de 5 mil obras, de 55 países, a 7ª Bienal foi inchada e pecou pelo excesso. Além dos novos países integrantes, a mostra brasileira também apresentou um volume muito grande de obras. Destacou-se George Segal, um norte-americano que apresentou uma forte adesão à pop art, movimento que viria a predominar nas edições seguintes.
O pop art seria predominante nos anos que viriam |
Em 1965, um ano e meio após o golpe de Estado promovido pelos militares, a Bienal realizou a sua oitava edição. Enquanto a vida política brasileira entrava em um de seus períodos mais obscuros, curiosamente, a Bienal de São Paulo apresentou traços de ruptura e renovação em relação a alguns dos suportes tradicionais na arte. A 8ª Bienal foi bastante equilibrada, e trouxe outros destaques importantes. A sala "Do Surrealismo à Arte Fantástica" abrigou mais de 200 obras de 60 artistas de grande importância, entre eles Marcel Duchamp. Anunciando a predominância da pop art dos anos seguintes, a oitava edição da Bienal trouxe uma grande mostra de comics.
Grupo: Alyson, Anna Carolina, Laura e Juliana