quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Centro Popular de Cultura (CPC) foi uma organização associada à União Nacional de Estudantes - UNE, criada em 1961, na cidade do Rio de Janeiro, por um grupo de intelectuais de esquerda, com o objetivo de criar e divulgar uma "arte popular revolucionária". Reuniu artistas de diversas áreas (teatro, música, cinema, literatura, artes plásticas, etc.), defendendendo o caráter coletivo e didático da obra de arte, bem como o engajamento político do artista.
Seus fundamentos e objetivos foram definidos no "Anteprojeto do Manifesto do Centro Popular de Cultura.Segundo o manifesto, a arte do povo é "de ingênua consciência", sem outra função que "a de satisfazer necessidades lúdicas e de ornamento". O CPC "pretendia tirá-las da alienação e da submissão."
Em 1964, logo após o golpe militar, o CPC foi fechado pelas autoridades.À época, o Partido Comunista Brasileiro ocupava lugar de destaque na área cultural, tendo muitos jornalistas, artistas e profissionais liberais como seus filiados, além de entidades como a própria UNE. Durante sua breve existência, o CPC promoveu a encenação de peças de teatro em portas de fábricas, nos sindicatos e nas ruas de várias cidades e em áreas rurais do Brasil. O contexto era de forte mobilização política, com expansão das organizações de trabalhadores e assim, os temas do debate político se rebatiam diretamente na produção cultural.
A proposta do CPC diferia. no entanto, da posição das vanguardas artísticas dos anos 1950, tais como o concretismo, que defendiam o diálogo com a técnica e a indústria. Os artistas ligados ao CPC, recusavam-se a considerar a arte como "uma ilha incomunicável e independente dos processos materiais". Acreditavam que toda manifestação cultural deveria ser compreendida exatamente "sob a luz de suas relações com a base material", combatendo o hermetismo da arte: "nossa arte só irá onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e servir-se dela."

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